23.8.11

A praia de Nova York

*por Heloisa A. Collins



Quem disse que a cidade de Nova York eh composta somente de arranha ceus? Pessoas ficam surpresas em descobrir que em Nova York, existe praia. Sim sim!
Uma das praias mais populares da cidade, Coney Island esta localizada no sul do Brooklyn. O mais bacana? Da para chegar la de metro. Nao eh demais? Patti Smith ficava fascinada no final dos anos 60 como era possivel chegar na praia de metro. Ela e seu entao namorado Robert Mapplethorpe foram para la comemorar um ano juntos e tiraram a tao famosa foto abaixo --- a historia toda dessa foto pode ser lida no livro dela, Just Kids, livro o qual eu li e escrevi minha review aqui.



Coney Island eh conhecida por ter o famoso Nathan's hot dog;




e tambem o Luna Park, uma parque pequeno de diversoes no calcadao da praia.



Agora falando da praia em si, a areia ate que nao eh grossa e a agua eh gelada na maior parte do ano, dando uma esquentada no mes de julho ate outubro quando comeca a esfriar. Muitas pedras na parte rasa, mas driblando aqui e ali, da para dar um mergulho.

Se ate Nova York tem praia...qual eh a SUA praia?


22.8.11

Pedalando Lá e Aqui





Comecei a ter aversão por carro e abandonei-o quando eu morava aqui em Sampa, mas adotei a bike como transporte definitivo apenas quando me mudei para os Eua. Lá eu uso a bike para tudo, tudo mesmo... Levar minha filha para escola, ir para qualquer lugar, fazer super mercado, enfim... tudo. Mas, a cidade também ajuda.... Tenho sempre lugar para parar a bike, existem ciclo faixas pela cidade inteira e, mesmo quando não tem não enfrento problemas, pois os motoristas já foram obrigados a engolir a presença das bikes na cidade. E, quando você tem que ir para um lugar muito longe, você pega um ônibus, você e a sua bike. Na frente de todos os ônibus existe um rack para você engatar a bike, e o motorista espera pacientemente, inclusive, no primeiro dia que fui fazer isso, ele até desceu para me ensinar a engatar a bike no rack. Tudo muito "parecido" com Sampa.
Eu estou de férias por aqui e a pé. Mas, comecei a me imaginar pelando por essas bandas e constatei o quão é difícil e quão você tem que querer muito para encarar o trânsito Paulista. Todos os ciclistas estão de parabéns, de verdade, porque a vida sobre duas rodas por aqui não é fácil, mas pelo andar da carruagem, o negócio está ficando melhor a cada dia pelas notícias que eu ouço. As pessoas e empresas estão aos poucos se adaptando a uma realidade eminente e necessária.
Nesta sexta vou de fato encarar a cidade. Vou participar da bicicletada que tem sua partida lá na Paulista. Eu estou no Brooklin e vou contar com a ajuda de uma amigão que vai ser meu bike Anjo, afinal vou cruzar a cidade até chegar lá. Estou empolgada...vou encarar Sampa de bike no meio do trânsito... Bem diferente da minha realidade lá em South Beach. (By the way, para quem está começando a pedalar por aqui e quer ajuda para aprender a enfrentar o trânsito, peça um bike Anjo também, é útil e grátis).
Enfim, eu ia escrever sobre isso tudo só após passar por esta experiência da Bicicletada e de colocar  a bike nas ruas em pleno trânsito. Porém, vendo o vídeo e texto abaixo feito pela Aline Cavalcante, resolvi compartilhar isso com vocês.
Ela foi num sábado na Paulista, de bike, tentar um roteiro cultural que é fácil quando se está de transporte público ou a pé, mas infelizmente de bike a coisa se complica.
Não entendo isso... As empresas já passaram do tempo de se adaptarem a isto e inclusive é lei ter bicicletários em todos os locais.
Eu, que nunca passei por nenhum problema parecido pedalando por Lá, já sei que pedalar por aqui é complicado, mas convenhamos, bicicletários nas empresas em numa localização como a Paulista é o mínimo que nós ciclistas esperamos, não é mesmo?
Veja o que a Aline passou por lá. Fico feliz que pelo menos em alguns locais nós ciclistas somos bem recebidos, apesar dos pesares.


Vistoria nos Bicicletários da avenida Paulista from João Lacerda on Vimeo.

"A avenida Paulista concentra várias opções culturais em São Paulo e é sem dúvida uma das melhores opções para o paulistano e turistas em busca de lazer no fim de semana. Parques, cinemas, centros culturais, pode-se encontrar de tudo por ali. Porém, você já pensou em fazer esse roteiro cultural de bicicleta? Nós pensamos e resolvemos registrar.


Pedalamos num lindo sábado ensolarado pela avenida cartão postal da cidade da avenida da Consolação até o Paraíso para fazer o teste e ver como os estabelecimentos recebem os ciclistas.O teste foi feito da seguinte maneira: nossa repórter com sua bicicleta se dirigia ao segurança do local e perguntava onde poderia guardar sua bicicleta. Avaliamos a forma como ela foi recebida e o local a que ela foi encaminhada.INSTITUTO CERVANTES Av. Paulista, 2439 O instituto fica bem em frente à Praça do Ciclista, um local provido de um bicicletário ao ar livre, o nosso ponto de partida. O recepcionista, bastante solícito, disse que não havia local para deixar a magrela, mas se comprometeu a “vigiá-la” durante nossa estada. Deixou-nos estacionar na frente do instituto, porém o local não era seguro e não dispunha de nenhum aparato para trancar a bicicleta.Nota: 1 (de 0 a 5) Pessoal não treinado para receber ciclista e falta completa de estrutura. As vezes não é necessário dispor de um bicicletário próprio, apenas o fato de saber informar (no caso, havia um bicicletário na praça, há poucos metros dalí) já ajuda e muito. CONJUNTO NACIONAL Av. Paulista, 2073Perguntado sobre onde poderíamos estacionar a bicicleta, o segurança do tombado Conjunto Nacional nos informou sobre o estacionamento “UseBike” dentro do prédio. Nos foi dado o direcionamento e permitido a entrada com a bicicleta por dentro do edifício. Nota 4 (de 0 a 5) Deixou de levar a nota máxima pela estrutura inapropriada, que nos obriga a prender pela roda, podendo danificar a estrutura e não cabe alguns tipos de roda.PARQUE MÁRIO COVASNem foi preciso perguntar a ninguém sobre a existência de bicicletário. A placa na entrada já nos recepcionava da melhor forma possivel: informando do bicicletário e o horário de funcionamento. Para nossa satisfação total o modelo do paraciclo era perfeito. Permitia prender a bicicleta pelo quadro e roda, e ficava num local privilegiado.Nota 5 (de 0 a 5)Serve de exemplo para todos. Modelo ideal e comunicação visual eficiente.MASPLocal de forte concentração turística, marco da arte e da arquitetura brasileira idealizado por Lina Bo Bardi. Nos sentimos completamente excluídos. A recepcionista foi grosseira e nos disse um “não” com todas as letras. “Não tem onde estacionar sua bicicleta”. “Pare ali atrás se quiser, nós não nos responsabilizamos por nada”. Nota 0 (de 0 a 5)Não dispor de um local apropriado para estacionar a bicicleta é um problema, não receber orientações para indicar um local próximo para fazê-lo é um forte agravante. Pela desconsideração com os ciclistas, a nota do MASP é zero.FIESP No momento acontece o FILE, Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. Ao nos ver chegando com nossas bicicletas, o segurança já apruma o corpo certo de sua resposta. “Não”, antes mesmo de terminarmos a frase. “Não tem onde estacionar. Tenta esse estacionamento de carro aí ao lado”. Não gostamos do tratamento, mas resolvemos tentar mesmo assim: “Não senhora, esse estacionamento é só para carros”. É, este ano não vamos ver o FILE.Nota 0 (de 0 a 5)O mesmo caso do MASP. Quem sabe, pro FILE de 2012, não pensem no público ciclista que quer visitar ao festivalRESERVA CULTURALCinema cult da avenida. O simpático recepcionista nos dá a má notícia da falta de bicicletário, porém se recorda de ter um estacionamento de carros com um quiosque da “UseBike” logo alí ao lado. Na frente do tal estacionamento, nenhuma placa informa a existência de bicicletário. Encontramos apenas um “proibido moto”. Descemos para conferir e sim, havia alí um local seguro e decente para estacionarmos.Nota 3 (de 0 a 5)Apesar de não ter um lugar próprio, nos deram a informação correta. A falta de placas na entrada e o modelo inapropriado do bicicletário (que prende pelas rodas) foram pontos negativos.ITAÚ CULTURALO segurança do instituto nos informa da existência de um bicicletário próprio logo ao lado. Nos empolgamos com a notícia mas não foi tão bom quanto poderia. O local foi parcialmente adaptado para incluir o ciclista. Existe um degrau na entrada e algo como um duto de ar condicionado bem baixo, onde se pode bater a cabeça facilmente. Por fim o modelo de bicicletário é pouco seguro pela falta de estrutura para prender a bicicleta pelo quadro. Além disso, os modelos “açougue” são de dificil utilização por exigirem que o ciclista erga a bicicleta.Nota 3 (de 0 a 5)Nos deram a informação correta sobre o local do bicicletário e a solução para melhorar o lugar é fácil. Uma simples reforma e colocação de placas informando do bicicletário já faria do Itaú Cultural um local amigo do ciclista. A retirada da placa informando sobre o bicicletário ser uma cortesia e insentando sua responsabilidade sobre a bicicleta seria de bom tom. Já que ter um bicicletário é lei (lei municipal 12.266/07) e o código de defesa do consumidor diz que a responsabilidade sobre o veículo é do estacionamento. CASA DAS ROSAS Um dos locais mais agradáveis da cidade, possui um restaurante em meio às árvores e também um bicicletário patrocinado instalado em local nobre. Não precisamos perguntar e nem descer a lugar algum, alí estava ele, azul e pronto para servir-nos. Nota 4 (de 0 a 5)Perdeu a nota máxima pelo modelo inapropriado escolhido, desses que prendem pela roda. Mas ganha nosso respeito e admiração pelo fato de existir e não estar colocado na sarjeta."

Newseum é noticia!

*por Heloisa A. Collins



Ainda na minha visita a Washington DC, tive que visitar o museu mais comentado do mommento por la: Newseum.
Em Washington DC, para que nao sabe, todos os museum sao de graca. Eh fantastico! Porem, logico que sempre tem uma excecao a regra e nesse caso eh o Newseum. Para entrar sao 23 dollars, que vale por dois dias de visita. Mesmo se valesse por um dia so, vale super a pena!

O motive do museu sao as......... NOTICIAS!!! Nada de quadros, esculturas. Ja do lado de fora eh possivel ler as capas dos maiores jornais do pais, que eles mudam diariamente. Bacana,nao?
Para comecar, assim que voce chega vc eh induzido a uma mini sala de cinema aonde eles explicam o que tem em casa andar do museu. Achei super legal e pratico essa ideia. Saindo da sala, voce ja sabe aonde tem que ir!
No mesmo andar dessa salinha de cinema, tem um pedaco do muro de Berlin e a torre de vigilancia usado no lado comunista; uma galeria demaisssssss com as fotos vencedoras do Pulitzer Prize. Emocionante de verdade.


Foto ganhadora do Pulitzer em 1972 - The Girl in the Picture


A camera usada para tirar a foto vencedora, no meio da guerra do Vietna


Agora uma das minhas fotos favoritas:

A Moment of Joy

Linda nao?


Bom, a visita ao museu continua e voce pode ver as armas usadas em crimes famosos, roupas, cadeiras eletricas e ate a bengala-arma usada por um dos mafiosos mais procurados de NY nos anos 60.Logico que nao poderia faltar um andar inteiro em homenagem aos atentados terroristas ao World Trade Center.


O museum tem uma parede enorme com as capas de jornal dos paises do mundo todo. Do Brasil, eh possivel ver a capa do Estadao

Triste, fiquei muito triste em ver tudo principalmente os itens mostrados na foto abaixo:



Bom, depois de assitir o documentario que eles exibem, a tristeza bate mesmo. Esse sao os pertecences de um fotografo que morava ali perto e disse para sua mulher: "Te vejo em 20 minutos, vou ver o que esta acontecendo e documentar". Bom, o ultimo registro que ele fez ficou registrado no filme e foi na hora exata em que a segunda torre caiu. Todas as fotos que ele tirou foram recuperadas e estao em exibicao no museu.

Enfim, acho que ja deu pra ter um gostinho do que o Newseum tem a oferecer,nao? Para que quiser "pagar" de reporter, eles tem salas aonde vc pode noticar um noticia e colocar online pelo custo de 15 dollares.

Nao eh a toa que o museu esta entre um dos top em visitor's guide. Vale muito a visita!


20.8.11

Nydia, a garota cega de Pompeii

*por Heloisa A. Collins




Semana passada estive em Washington DC e tive a sorte de passear pela National Gallery of Art. Explorando as galerias, me deparei com uma escultura que simplesmente me fascinou e eu gostaria de compartilhar com voces.

Nydia, the blind girl of Pompeii , criacao de Randolph Rogers em 1860 eh simplesmente maravilhosa. A maneira na qual o artista conseguiu colocar movimento na roupa de Nydia e tambem em seu corpo eh demais, corpo que realmente parece estar caminhando avante.



O contexto que envolve a escultura eh o seguinte: Nydia, uma vendedora de flores, eh cega e esta fugindo das lavas de um vulcao que atingiu a cidade italiana de Pompeii. Nydia eh cega mas tem audiçao aguçada e eh com essa audiçao que ela esta procurando o seu noivo e seu amante - quem ela ama mais que tudo. A mao de Nydia no ouvido mostra ela tentando escutar melhor as vozes e achar seus amores e leva-los para um lugar seguro.




No chao, pode ser visto o topo de uma coluna estilo corinthian, sinal da destruiçao da cidade.



Essa escultura ficou muito popular no seculo 19 e foi uma das esculturas mais reporduzidas no mesmo seculo, por volta de 162 vezes. A original foi feita por Randolph Rogers em 1860 em marmore.

De volta a Nova York, visitei o Metropolitan Museum e adivinha: Nydia tambem esta por la! Linda para variar. Com 162 copias, Nydia pode ser vista em varios museus, entao fique atento :)




19.8.11

O legado de Jim Henson

*por Heloisa A. Collins




Quando as pessoas visitam Nova York, tendem a ficarem presas na ilha de Manhattan, circulando mil vezes por dia a Times Square, quinta avenida, Central Park.
Todas essas maravilhas sao imperdiveis para turistas de primeira visita mas se voce ja viu tudo isso e quer conhecer NYC mais a fundo, varios lugares lindos da cidade estao nos outros boroughs.

Manhattan eh lar do Metropolitan, MoMA, Guggenheim, Natural History entre outros. Porem, no Queens e no Brooklyn voce encontra museum super bacanas que valem a visita.
Me inspirei a falar disso pois no Museum of the Moving Image, localizado no bairro grego-brasileiro de Astoria - Queens, esta rolando uma exposicao super legal e interessante. Jim Henson's Fantastic World eh a exposicao que conta um pouco na vida criativa de Jim Henson, criador dos Muppets e da Vila Sesamo entre outros. A exposicao foi super bem montada, os visitantes podem ver de pertinho os bonecos originais para ambos os shows. Alem dos bonecos, cada dia o museum oferece uma atividade diferente aos visitantes relativa a exposicao como screenings, workshops e a aparicao de colaboradores de Henson e membros da sua familia, contando um pouco mais sobre a vida desse grande homem.




Eu me recordo mais dos Muppets do que da Vila Sesamo pensando nos meus dias de infancia. Hoje, porem, sou muito mais familiarizada com a Sesame Street ja que trabalhei com criancas e vi que eh um programa muito bacana e educativo.

Henson morreu aos seus 56 anos (super novo!) de pneumonia em 1990 aqui em Nova York. mesmo morrendo tao jovem, seu legado vive e educa criancas ate hoje, o que nao tem preco! Uma salva de palmas para o senhor Henson!


16.8.11

Safado, Ordinário, Poeta



Hoje o mais mundano dos escritores faria 91 anos. Ele escreveu sobre porres, sexo, amores bandidos e baratos, traições, trabalhos exaustivos, mais bebedeiras e teve uma vida de excessos e regada a fortes emoções e muito álcool. Sem dúvida o mais roquenrou dos escritores americanos do século passado com livros maravilhosos, além muitos, contos, crônicas e frases polêmicas.
Morreu aos 73 anos quase nos convencendo de levar uma vida desregrada, mas eis que surpreende (ou não) com seu epitáfio: Don´t Try.
Para nós pobres mortais que tentam levar uma vida saudável porque não aguentou uma vida a la Charlie Bukowski por mais de uma década, nos restam suas obras e uma homenagem em seu aniversário.

‘Beber é algo emocional. Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual. Arranca você para fora do seu corpo e de sua mente e joga contra a parede. Eu tenho a impressão de que beber é uma forma de suicídio onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte. É como se matar e renascer. Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas.’





13.8.11

De Dentro e de Fora


No final de 2009 o Masp foi pioneiro colocando dentro do museu artistas de rua e elevando o grafite e a arte urbana ao status definitivo de arte, para quem ainda tinha alguma dúvida. A exposição de Dentro para Fora de Fora ara Dentro superou todas as expectativas e foi um sucesso. Me emocionei em ver o Masp daquele jeito como disse por aqui.
E fiquei feliz em chegar em Sampa e ver que isso vai se repetir, agora um um layout renovado. A exposição promete ser uma verdadeira intervenção em toda a cidade enquanto durar. A expo chama-se agora De Dentro e de Fora, uma brincadeira com os artistas gringos que agora são a bola da vez no Masp e com a proposta de levar a exposição para fora dos museus. A intenção é que quando a pessoa saia do museu, não abandone a exposição.
Tudo isto tem muita lógica com o tipo de arte que estamos falando. Arte urbana não é estática, é extremamente mutável e por essência é temporária. Além da mais fascinante característica dela que é a facilidade de permear o meio em que se encontra e se infiltrar pela cidade, paredes e muros. E como se fosse viva e ganhasse formas e se adaptasse por onde passa e através das mãos do artista.
Por isso mesmo toda a exposição já está acontecendo longe dos modelos tradicionais mesmo antes de ter começo.
Pode-se visitar a montagem para começar. As obras não virão prontas e serão encaixadas ou penduradas na parede dos museus. Um artista vai interagir com o outro e as obras vão conversar entre si. Elas também vão tomar as ruas e muitas outras coisas mais vão acontecer, como workshops e coisas do tipo.
Os artistas gringos são os franceses Remed, JR e Invader, o tcheco Point, os argentinos Tec, Defi e Chu e a norte-americana Swoon.
Pelo que já sei, o Invader (que é o único que vem ao país pela primeira vez) já começou a sua invasão em São Paulo e a Swoon já está trabalhando nas suas esculturas-intervenções politizadas que serão espalhadas pela cidade. E outros também estão aprontando.
Pelo que consta todos farão uma residência na cidade por um mês cada ao longo da exposição para dar amplitude a tudo isto que falei e fazer acontecer.
Pelo visto e segundo semestre de 2011 vai ser bem mais divertido em São Paulo, portanto atentem-se aos detalhes nas paisagens de Sampa, pois o negócio promete, pena eu não estar aqui para conferir a evolução da exposição, mas felizmente na abertura estarei lá e matarei um pouco a minha sede de vida cultural resultado da minha atual vida caiçara.


Para mais, acompanhem o flickr, o site, o Facebook e tudo o mais que esta vida conectada nos obrigada a acompanhar.


A exposição começa em 17 de agosto e vai até 23 de dezembro, no Masp e pelas ruas de Sampa.










9.8.11

Frances Bean

Como já e de conhecimento geral, minha adolescência foi extremamente marcada pelo Nirvana e como não poderia ser diferente pelo Kurt Cobain, sua morte, suas historias e sua vida. Era fã de carteirinha, tinha pasta, posters, camisetas de serie especial e mil e um singles e outros álbuns não oficiais. Exatamente por isso, praticamente "acompanhei" o nascimento da pequena Frances e ficava chocada como aquele bebe era bonitinho.
Eis que me deparo no Minas com este ensaio com a guria crescida, lindíssima e super estilosa (e não podia ser diferente sendo filha de quem e...) feita e postana no blog do estilista Hedi Slimane.
Pasmem








5.8.11

Move, Learn, Eat

O que mais fazemos em viagens senão aprendermos muito, comermos horrores e obviamente nos movermos? Estes três filmes mostram, parafraseando eles próprios, 3 caras, 44 dias, 11 países, 18 vôos, 38 mil milhas, um vulcão explodindo, 2 câmeras e quase um terabyte de sequencias. Tudo para transformar 3 conceitos lineares e ambiciosos, baseados em movimento, aprendizado e comida, em 3 lindos curtas.


MOVE from Rick Mereki on Vimeo.



LEARN from Rick Mereki on Vimeo.



EAT from Rick Mereki on Vimeo.

4.8.11

O paradoxo de Amy



Vi este texto no Don´t touch que foi publicado na folha de hoje, por Contardo Calligaris.

Um texto excelente que realmente levanta uma questao relevante e que me levei comigo durante a minha vida e penso sempre sobre isso.


Stéphanie, minha enteada, tem 11 anos: ainda é menina, mas é já moça. Assim que foi informada da morte de Amy Winehouse, ela veio até minha escrivaninha e, simulando o choro inconsolável de um nenê, perguntou: “Você está sabendo que morreu minha cantora preferida?”.
Justamente por ela simular o choro e se esforçar para ser engraçada, pensei que devia estar sofrendo muito. A coisa se confirmou no meio da noite, quando Stéphanie acordou, e, para que reencontrasse o sono, foi preciso que alguém conversasse com ela sobre a vida e a morte de Amy.
Teria gostado de poder oferecer a Stéphanie uma boa explicação pela dureza da vida e da morte de sua cantora preferida -por exemplo, dizer que Amy teve uma infância muito triste, que nada em sua vida adulta pôde compensar; ou, então, que ela teve sorte na vida profissional, mas não no amor, e se perdeu nas drogas e no álcool por desesperos sentimentais. Mas o que sei da infância e dos amores de Amy é só fofoca.
Sem mentir nem inventar, melhor deixar Stéphanie lidar com este enigma: alguém pode ter um extraordinário talento, gostar de exercê-lo, alcançar sucesso e reconhecimento, amar e ser amado por um ou mais parceiros e, mesmo assim, esbarrar num vazio que nada consegue preencher.
Stéphanie também tinha lido sobre a maldição dos 27 anos, que, antes de Amy, teria pego Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain etc. Como é normal na sua idade, ela parecia sensível à “glória” de morrer jovem (ou talvez de não viver até se tornar tão chato quanto os adultos).
Foi fácil desvalorizar a morte precoce mostrando que ela é, justamente, um ideal muito antigo: o rock apenas retomou o lugar comum romântico do poeta que vive tão intensamente que, como Ícaro, queima suas asas e cai antes da hora, em pleno voo. Em suma, eu não tenho nada contra viver intensamente; ao contrário, artista ou não, acho que a gente deve viver da maneira mais intensa que der. Mas resta o seguinte: a ideia de que viver intensamente consistiria, por exemplo, em encher a cara de absinto ou ópio é velha de 200 anos.
Agora, há uma coisa que pensei e que não disse a Stéphanie: no fundo, para mim, a história de Amy tem um valor pedagógico, não só (obviamente) como exemplo dissuasivo (“Olhe o que pode lhe acontecer se você beber ou se drogar”), mas também como exemplo “positivo”.
Como assim, positivo???
Concordo, a morte de Amy é um horror e uma estupidez, mas também lembra que viver é uma coisa séria, com apostas e riscos sérios, a começar pelo risco de perder a própria vida antes da hora. Você dirá: “Alguém duvida disso?”. Pois é, constato que há um monte de gente tentando convencer nossas crianças de que a vida é feita de gritinhos, compras e namoricos que só servem para trocar trivialidades online com amigos e amigas.
Até a morte de Amy, eu pensava que o cantor preferido de Stéphanie fosse Justin Bieber. Ora, é possível que Bieber seja uma espécie de Dorian Gray (uma cara de porcelana que esconde dramas e anseios humanos), mas o fato é que ele promove uma imagem de bom moço num mundo intoleravelmente cor-de-rosa.
“E daí?”, dirão alguns pais, “não seria esse o adolescente ideal com quem deveríamos gostar que nossas filhas saíssem, em sua primeira ida ao cinema sozinhas com um garoto?”. E acrescentarão: “Você quer o quê, que sua enteada seja parecida com Justin Bieber ou com Amy Winehouse?”.
Claro, é um golpe baixo: ninguém quer que sua filha acabe como Amy. Mas devolvo a pergunta: será que Justin Bieber é mesmo melhor? Stéphanie será mais protegida se ela permanecer numa pré-adolescência à la fã de Justin Bieber. Mas protegida de quê, se não da própria vida? Entre imaginá-la errando para sempre num corredor de shopping e imaginá-la numa balada que pode acabar na sarjeta à la Amy, a escolha não é fácil. E, na comparação, Amy passa a simbolizar minha esperança (e meu receio, indissociavelmente) de que Stéphanie cresça e se torne mulher, com desejos próprios, fortes.
É o paradoxo de Amy: o que você prefere, uma filha que se perca tragicamente nos excessos do desejo ou uma filha que chegue à vida adulta sem ter conhecido outros desejos do que os que surgem nas conversas sobre marcas de mochilas e sapatos?

1.8.11

A musicalidade de Bel Canto

* por Heloisa A. Collins





Há tanto tempo não escrevo por aqui. Que saudades.
Bom, nesse tempo afastada, além de estudar muita matemática, eu li um livro muito bonito chamado Bel Canto.

Durante uma festa de aniversário para um empresário japones em algum país da America do Sul - não é o Brasil pois a lingua no "tal pais" é espanhol - , guerrilheiros sequestram a os convidados da festa, fazendo todos de refém: vice presidente, empresários, embaixadores e a cantora de opera mais famosa do momento, Roxanne Coss.
Durante um confinamento de meses, entre as negociaçoes entre os sequestradores e o governo, a relação entre os sequestrados e seus sequestradores muda. Num cativeiro aonde pelo menos 5 línguas diferentes são faladas, as diferenças se reduzem a linguagem do coração, emoção, musical.
O final do livro não foi o que eu esperava, me surpreendeu. Em simplesmente uma página e meia a escritora Ann Pachett vira a historia de ponta cabeças e te surpreende.

Muito bem escrito, leve, cheio de musica. Num mundo com tantas culturas, idiomas, pessoas, é impressionante como a música é de fato uma linguagem universal. Comprove, lendo esse lindo romance. Amei!

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