31.10.10

Banksy brinca de Duchamp???

Obra que foi arrematada por US$550 mil


Sexta feira eu assisti ao documentário do Banksy "Exit through the gift shop". Eu sabia que seria muito bom, mas nem tanto.

Muito mais do que um filme sobre arte urbana ou sobre um francês que tem obsessão por filmar e acidentalmente descobre o grafite e apaixona-se por ele, o hilário documentário coloca em xeque a própria arte. É contestador, é bibliográfico, é irreverente. E não poderia ser menos que isto, visto que é o filme de estréia de um dos artistas mais questionadores e brilhantes de nossa época. Como o próprio Banksy diz no começo: "Não é o vento levou, mas tem uma mensagem"

Mostra o trabalho dos grafiteiros de perto, como surgiram os grandes artistas do street art, a virada do mercado, cenas inéditas e nunca vistas e ainda é o melhor registro do mundo do grafite, que está acostumado a ver suas obrar com um certo prazo de validade. E não bastasse este conteúdo maravilho, tem a tal mensagem.

A crítica é sobre como criamos "celebridades" a partir do nada, como a crítica consegue mitificar alguém, muitas vezes a partir do vazio e como é fácil hoje em dia tornar-se hype. A carapuça também cai sobre o mercado de arte cada vez mais consumista e como o próprio Banky fez parte disto; quase que de uma hora para outra suas obras supervalorizaram e começaram a dividir espaços nos maiores leilões de arte com Picasso, Klee, Warhol e tantos outros.

É um tapa na cara nem um pouco sutil a todos: artistas, colecionadores, mídia, etc. E como nas obras dele o senso de humor também está presente e o documentário rende gargalhadas.

E no fim fica a dúvida se o personagem central do filme (o francês obsessivo que tenta fazer um documentário sobre o grafite e acaba sendo o centro do filme), o artista que vemos nascer já grande e renomado, verdadeiramente existiu ou se é mais uma obra do grafiteiro britânico.

Efim, é um prato cheio para quem gosta de uma boa comédia, de street art e de filmes que te fazem pensar. Ele gera no mínimo algumas horas de discussões sobre tudo isto.
Amantes de grafite ou não, vale muito a pena!

27.10.10

O ruim da mostra mesmo é que falta pipoca!

Hoje assisti ao finlandês O ciúme mora ao lado, do diretor Mika Kaurismaki.
Não é um dos grandes filmes da mostra, mas é uma boa pedida. Tem cenas bem engraçadas e bem familiares para alguns casais. Passa-se em Helsinki e conta a historia de um casal que tenta se divorciar amigavelmente, mas passa longe de conseguir isso. Eles fazem de tudo para deixar um ao outro com ciúmes e a casa torna-se palco de diversas relações de casais que chegam a ser hilárias e patéticas (isso não chega a ser uma novidade quando se trata de relacionamentos, não é mesmo?). A situação se complica quando cafetões e mafiosos se envolvem na história. Enfim... É um filme engraçado e bem ok. Vale a pena se não tiver mais nada melhor para fazer.
Aliás, era isso o que eu queria dizer com o título desde post. Se você não entrar completamente desinformado para assistir a um filme, acho difícil você ver alguma coisa realmente ruim na mostra. O grande lance da mostra é exibir filmes fora do circuito comercial e principalmente de culturas diferentes. Então sempre vale a pena pelo simples fato de estar em contato com o novo. Eu por exemplo acho que nunca tinha passado tanto tempo ouvindo finlandês antes, rs. Os ritmos são diferentes... Os roteiros se passam cada um no seu tempo, sem muito clichê ou déjà vu. Na maioria das vezes é sempre um bom programa mesmo.
Mas e a pipoca hein? Por que alguns cinemas se recusam a servi-las? Serão Pop demais?

26.10.10

Eba! Mostra de Cinema!!!

Sexta começou a 34ª Mostra de Cinema de São Paulo, mas só ontem fui assistir. A idéia me pegou meio desprevenida, não tinha lido nada, não sabia que filmes estavam passando direito e tinha apenas um tempinho livre para assistir algum filme.
Comprei um guia (que aliás, vai me ser muitíssimo útil nos próximos dias) e comecei a ver os possíveis filmes que estariam passando naquele horário e na região da Paulista, onde eu estava, quando tive a brilhante idéia de dar uma pausa a pegar um cineminha.
Entre as minhas opções tinha um filme de nome estranho, de um diretor que me soava familiar, mas eu não conseguia lembrar por mais que eu tentasse. Jeunet, Jeunet, Jeunet.. O nome ficou martelando na minha cabeça, mas nada de lembrar... Mas ok... tinha o pressentimento de que esse cara era bom, e lá fui eu assistir a Micmacs.
Cinco minutos de filme depois, o inconfundível ritmo do filme, me bateu como um tapa na cara dizendo: "Jeunet é o diretor de Amelie Paulin, you Idiot!" Ah.... lógico!
E não teria como eu não me lembrar... Um dos meus filmes favoritos e um diretor que e impossível não identificar. A cada cena do filme ele deixa sua marca, sempre com misturando coisas fantásticas à realidade, fazendo o impossível se tornar lógico, com cenas de ações engraçadíssimas fora os toques ingênuos e quase infantis que aparecem nos personagens, nos roteiro, nas trilhas.
O Filme é tudo de bom! Apaixonante... Comecei bem!

E ainda tem muita coisa boa para assistir. Vou postando por aqui o que der. E, não percam este filme.



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