22.8.11

Pedalando Lá e Aqui





Comecei a ter aversão por carro e abandonei-o quando eu morava aqui em Sampa, mas adotei a bike como transporte definitivo apenas quando me mudei para os Eua. Lá eu uso a bike para tudo, tudo mesmo... Levar minha filha para escola, ir para qualquer lugar, fazer super mercado, enfim... tudo. Mas, a cidade também ajuda.... Tenho sempre lugar para parar a bike, existem ciclo faixas pela cidade inteira e, mesmo quando não tem não enfrento problemas, pois os motoristas já foram obrigados a engolir a presença das bikes na cidade. E, quando você tem que ir para um lugar muito longe, você pega um ônibus, você e a sua bike. Na frente de todos os ônibus existe um rack para você engatar a bike, e o motorista espera pacientemente, inclusive, no primeiro dia que fui fazer isso, ele até desceu para me ensinar a engatar a bike no rack. Tudo muito "parecido" com Sampa.
Eu estou de férias por aqui e a pé. Mas, comecei a me imaginar pelando por essas bandas e constatei o quão é difícil e quão você tem que querer muito para encarar o trânsito Paulista. Todos os ciclistas estão de parabéns, de verdade, porque a vida sobre duas rodas por aqui não é fácil, mas pelo andar da carruagem, o negócio está ficando melhor a cada dia pelas notícias que eu ouço. As pessoas e empresas estão aos poucos se adaptando a uma realidade eminente e necessária.
Nesta sexta vou de fato encarar a cidade. Vou participar da bicicletada que tem sua partida lá na Paulista. Eu estou no Brooklin e vou contar com a ajuda de uma amigão que vai ser meu bike Anjo, afinal vou cruzar a cidade até chegar lá. Estou empolgada...vou encarar Sampa de bike no meio do trânsito... Bem diferente da minha realidade lá em South Beach. (By the way, para quem está começando a pedalar por aqui e quer ajuda para aprender a enfrentar o trânsito, peça um bike Anjo também, é útil e grátis).
Enfim, eu ia escrever sobre isso tudo só após passar por esta experiência da Bicicletada e de colocar  a bike nas ruas em pleno trânsito. Porém, vendo o vídeo e texto abaixo feito pela Aline Cavalcante, resolvi compartilhar isso com vocês.
Ela foi num sábado na Paulista, de bike, tentar um roteiro cultural que é fácil quando se está de transporte público ou a pé, mas infelizmente de bike a coisa se complica.
Não entendo isso... As empresas já passaram do tempo de se adaptarem a isto e inclusive é lei ter bicicletários em todos os locais.
Eu, que nunca passei por nenhum problema parecido pedalando por Lá, já sei que pedalar por aqui é complicado, mas convenhamos, bicicletários nas empresas em numa localização como a Paulista é o mínimo que nós ciclistas esperamos, não é mesmo?
Veja o que a Aline passou por lá. Fico feliz que pelo menos em alguns locais nós ciclistas somos bem recebidos, apesar dos pesares.


Vistoria nos Bicicletários da avenida Paulista from João Lacerda on Vimeo.

"A avenida Paulista concentra várias opções culturais em São Paulo e é sem dúvida uma das melhores opções para o paulistano e turistas em busca de lazer no fim de semana. Parques, cinemas, centros culturais, pode-se encontrar de tudo por ali. Porém, você já pensou em fazer esse roteiro cultural de bicicleta? Nós pensamos e resolvemos registrar.


Pedalamos num lindo sábado ensolarado pela avenida cartão postal da cidade da avenida da Consolação até o Paraíso para fazer o teste e ver como os estabelecimentos recebem os ciclistas.O teste foi feito da seguinte maneira: nossa repórter com sua bicicleta se dirigia ao segurança do local e perguntava onde poderia guardar sua bicicleta. Avaliamos a forma como ela foi recebida e o local a que ela foi encaminhada.INSTITUTO CERVANTES Av. Paulista, 2439 O instituto fica bem em frente à Praça do Ciclista, um local provido de um bicicletário ao ar livre, o nosso ponto de partida. O recepcionista, bastante solícito, disse que não havia local para deixar a magrela, mas se comprometeu a “vigiá-la” durante nossa estada. Deixou-nos estacionar na frente do instituto, porém o local não era seguro e não dispunha de nenhum aparato para trancar a bicicleta.Nota: 1 (de 0 a 5) Pessoal não treinado para receber ciclista e falta completa de estrutura. As vezes não é necessário dispor de um bicicletário próprio, apenas o fato de saber informar (no caso, havia um bicicletário na praça, há poucos metros dalí) já ajuda e muito. CONJUNTO NACIONAL Av. Paulista, 2073Perguntado sobre onde poderíamos estacionar a bicicleta, o segurança do tombado Conjunto Nacional nos informou sobre o estacionamento “UseBike” dentro do prédio. Nos foi dado o direcionamento e permitido a entrada com a bicicleta por dentro do edifício. Nota 4 (de 0 a 5) Deixou de levar a nota máxima pela estrutura inapropriada, que nos obriga a prender pela roda, podendo danificar a estrutura e não cabe alguns tipos de roda.PARQUE MÁRIO COVASNem foi preciso perguntar a ninguém sobre a existência de bicicletário. A placa na entrada já nos recepcionava da melhor forma possivel: informando do bicicletário e o horário de funcionamento. Para nossa satisfação total o modelo do paraciclo era perfeito. Permitia prender a bicicleta pelo quadro e roda, e ficava num local privilegiado.Nota 5 (de 0 a 5)Serve de exemplo para todos. Modelo ideal e comunicação visual eficiente.MASPLocal de forte concentração turística, marco da arte e da arquitetura brasileira idealizado por Lina Bo Bardi. Nos sentimos completamente excluídos. A recepcionista foi grosseira e nos disse um “não” com todas as letras. “Não tem onde estacionar sua bicicleta”. “Pare ali atrás se quiser, nós não nos responsabilizamos por nada”. Nota 0 (de 0 a 5)Não dispor de um local apropriado para estacionar a bicicleta é um problema, não receber orientações para indicar um local próximo para fazê-lo é um forte agravante. Pela desconsideração com os ciclistas, a nota do MASP é zero.FIESP No momento acontece o FILE, Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. Ao nos ver chegando com nossas bicicletas, o segurança já apruma o corpo certo de sua resposta. “Não”, antes mesmo de terminarmos a frase. “Não tem onde estacionar. Tenta esse estacionamento de carro aí ao lado”. Não gostamos do tratamento, mas resolvemos tentar mesmo assim: “Não senhora, esse estacionamento é só para carros”. É, este ano não vamos ver o FILE.Nota 0 (de 0 a 5)O mesmo caso do MASP. Quem sabe, pro FILE de 2012, não pensem no público ciclista que quer visitar ao festivalRESERVA CULTURALCinema cult da avenida. O simpático recepcionista nos dá a má notícia da falta de bicicletário, porém se recorda de ter um estacionamento de carros com um quiosque da “UseBike” logo alí ao lado. Na frente do tal estacionamento, nenhuma placa informa a existência de bicicletário. Encontramos apenas um “proibido moto”. Descemos para conferir e sim, havia alí um local seguro e decente para estacionarmos.Nota 3 (de 0 a 5)Apesar de não ter um lugar próprio, nos deram a informação correta. A falta de placas na entrada e o modelo inapropriado do bicicletário (que prende pelas rodas) foram pontos negativos.ITAÚ CULTURALO segurança do instituto nos informa da existência de um bicicletário próprio logo ao lado. Nos empolgamos com a notícia mas não foi tão bom quanto poderia. O local foi parcialmente adaptado para incluir o ciclista. Existe um degrau na entrada e algo como um duto de ar condicionado bem baixo, onde se pode bater a cabeça facilmente. Por fim o modelo de bicicletário é pouco seguro pela falta de estrutura para prender a bicicleta pelo quadro. Além disso, os modelos “açougue” são de dificil utilização por exigirem que o ciclista erga a bicicleta.Nota 3 (de 0 a 5)Nos deram a informação correta sobre o local do bicicletário e a solução para melhorar o lugar é fácil. Uma simples reforma e colocação de placas informando do bicicletário já faria do Itaú Cultural um local amigo do ciclista. A retirada da placa informando sobre o bicicletário ser uma cortesia e insentando sua responsabilidade sobre a bicicleta seria de bom tom. Já que ter um bicicletário é lei (lei municipal 12.266/07) e o código de defesa do consumidor diz que a responsabilidade sobre o veículo é do estacionamento. CASA DAS ROSAS Um dos locais mais agradáveis da cidade, possui um restaurante em meio às árvores e também um bicicletário patrocinado instalado em local nobre. Não precisamos perguntar e nem descer a lugar algum, alí estava ele, azul e pronto para servir-nos. Nota 4 (de 0 a 5)Perdeu a nota máxima pelo modelo inapropriado escolhido, desses que prendem pela roda. Mas ganha nosso respeito e admiração pelo fato de existir e não estar colocado na sarjeta."

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