31.5.11

Docinhos sem caloria? Imagina só!

* por Heloisa A. Collins




Sabe aquele brownie bem gostosinho, com uma bola de sorvete de creme? E o creme de papaya...huuummmmmmm... Meu Deus, aquele pudim de leite bem molhadinho!! Ok. Imaginou tudo?? Otimo.
Um estudo feito pela Carnegie Mellon University diz que quando você imagina a comida -- e nao adianta somente visualizar: tem que se imaginar mastigando, saboreando, engolindo --, você se satisfaz e tem maiores chances de desistir em consumir o alvo do desejo.
Incrédulo de que esse método funciona, o colunista do New York Times Henry Alford resolveu testar a tatica por um mes. Henry tem um problema muito comum entre as pessoas acima do peso: ele acorda de madrugada para comer.
Com algumas recaídas no começo mas realmente levando a sério depois da segunda semana, Henry emagreceu 4 kilos e meio. Ao invés de pedir sobremesa, imaginar; ao invés de atacar a geladeira, ele ficava deitadinho na cama, mastigando o brownie imaginario...e caía no sono. Feliz, feliz.

Enganar o cérebro parece ser o melhor método de perder peso. E você? Acredita?
Vamos la incrédulos! Testem a técnica...e emagreca uns kilinhos!

30.5.11

Bianca Valentim em 3 por 4

* por Heloisa A. Collins




Com pai e avo fotógrafos, a profissão ja estava no sangue de Bianca Valentim.
Triatleta, fotógrafa, mamãe do cachorrinho Colby. Bianca prefere fotografar outdoors pelo desafio da mudanca constante de iluminação e abraça mais um desafio: fotografar casais. Casais apaixonados, casais durante o casamento. Segundo ela, fotografar pessoas que não são modelos é um desafio pois há mais esforço em fazer a pessoa se sentir a vontade, interagir e captar o sentimento dessas duas pessoas faz de seu trabalho um momento único que ela tem a sorte de compartilhar.
Sonhos? Ir para a Africa do Sul e fotografar casamentos no mundo todo e ainda quem sabe, captar o seu sorriso, que Bianca planeja pendurar bem bonitinho nas paredes de seu estúdio.
Com vocês, o trabalho de Bianca Valentim em 3 por 4.







"Uma das minhas inspiraçoes é andar pelas ruas de NYC. Você vê tanta coisa doida e eu adoro. Em cada esquina aprendo alguma coisa e minha cabeça se enche de ideias"






"A fotografia foi um instrumento que achei para colocar um pouco de amor no mundo"



Add ImagePara saber mais do trabalho da Bianca, dê uma checada no site dela, Twitter e no Ask Me Anything!

29.5.11

Agua Viva e Tubarões

O fotografo de aventura e viagens Sarosh Jacob fez da sua paixão pelo mar e viagens o seu trabalho. Fotos lindas, mas o que me impressionou mesmo foram estes dois videos dele. Sensacionais. E como e bom mergulhar... Acho que estou precisando um pouco disso...






APEX PREDATORS from Sarosh Jacob on Vimeo.

28.5.11

Charlie Winston

A Love story




A Love Story… In Milk from Catsnake on Vimeo.

Bike New York

* por Heloisa A. Collins

Final de semana, aquele momento familia chegando.... e a hora de andar de bicicleta tambem!
O Projeto Bike New York foca nas criancas e em como ensina-las a andar de bike. E ainda mais - e mais fofo: eles levam ferramentas para ajustar as bicicletas tambem! Entao mesmo que voce esteja com o banco muito alto, um pneu murcho...nao desanime! Leve a sua magrela que eles darao um jeito! Fofos!

Campanha Transporte Ativo

* por Heloisa A. Collins


Essa campanha esta em circulação no Brasil, pela blog Transporte Ativo. Achei super bacana e vale a divulgação!











Vivendo e aprendendo

* Por Thiago Busse, em participação especial






Nunca me esqueço do dia quando eu tinha 6 anos de idade, estava de férias viajando com minha família, em uma cidade do interior de São Paulo. Meu pai tinha combinado na noite anterior comigo e com o meu primo que tiraria as rodinhas de nossa bicicleta e nos ensinaria a andar de bicicleta sem rodinhas. Lembro-me com clareza da empolgação que fomos dormir, era como se no dia seguinte fôssemos nos tornar especiais, e iríamos mesmo.


No dia seguinte lá fomos para uma quadra da pousada, para aprendermos a andar sem rodinhas. Meu pai usou a tradicional tática de ir segurando o selim enquanto pedalávamos e soltando aos poucos, na medida que íamos ganhando equilíbrio e confiança, quando menos esperava estava ali, sozinho pedalando, quase que voando, eu olhava para trás e não acreditava eu estava pedalando sem rodinhas, eu era outra pessoa.


A partir daí pedalava sempre que podia, sempre me divertia, ia no parque, pedalava em casa, na rua, a sensação de liberdade que uma pedalada te dá sempre foi, e será, incrível, e como toda criança pedalei muito. Mas um dia parei de usar a bicicleta, não me lembro porque ou quando, mas sei que aos poucos parei. Já era adulto, queria o meu carro, “ser independente”, ter o meu possante, para impressionar as gatas, sair, ir e vir para onde eu quisesse. Ir para a faculdade e não depender de ônibus ou carona. Como todos os adultos, afinal ter um carro significa que somos bem sucedidos, pelo menos era o que eu sempre ouvi.


Consegui o meu carro, e conforme ganhava experiência e confiança dirigindo, andava mais rápido com ele, corria, mudava de pista, brigava no trânsito, xingava, enfim, me comportava como um perfeito motorista de São Paulo. Não posso mentir, abusei muito, e não sei se por sorte, ou pelas orações da minha mãe, nunca me machuquei e também nunca machuquei ninguém.


Certo ponto de minha vida resolvi morar fora, fui para Toronto no Canadá e vendi meu carro, paguei em multas mais de R$ 5.000,00, esse é o único valor que me lembro da transação, nem me lembro do valor de venda do carro. Passei um ano morando fora, andava apenas de transporte público e às vezes como passageiro. Enquanto era passageiro, vi como eu era indefeso, no carro tudo estava fora do meu controle, tinha de confiar no que o motorista estava fazendo e aquilo começou a me incomodar, inclusive porque comecei a pensar muito em todos os abusos que cometi até ali.


Depois que voltei par ao Brasil, decidi continuar sem o carro, continuei andando de transporte público. Dois anos depois e com quase 40 quilos a mais de peso, devido a uma fratura na perna e um molho de 4 meses e péssimos hábitos alimentares, resolvi que precisava emagrecer. Comecei a academia fechei a boca para besteiras, mas não estava sendo o suficiente. Foi então que tive o estalo, porque não começo a usar a bicicleta para ir e vir do trabalho?!


Voltei a pedalar! Fazia academia próximo ao trabalho, assim podia tomar banho, comecei devagar, para testar eu fui e voltei no trajeto que teria de fazer em um sábado, pois assim não teria que me preocupar com o tempo e poderia ir com calma, alem de ter muito menos carro na rua. A cada dia que ganhava experiência enfrentando as dificuldades fui me equipando e me preparando para estar sempre pronto. Comprei capacete, depois luva, kit para remendo de câmera, para lamas, capa de chuva, mochila de ciclista, sapatilha, roupa de ciclista.


A maior descoberta após começar a usar a bicicleta todo dia foi que não importava o dia, hora e situação do trânsito, eu sempre chegava muito mais rápido do que qualquer outro dia indo de carro ou transporte público, sem contar a melhora no condicionamento físico e humor que começo o dia, resultado, em menos de um ano perdi os 40kgs e voltei a ser uma pessoa mais feliz e equilibrada e com certeza, a grande responsável por isso foi a bicicleta.


Mas também descobri uma coisa triste, a cidade em que moro está toda errada, e pior do que isso, a forma como as pessoas vivem nela está mais errada ainda. As pessoas vivem para comprar um carro, e quando conseguem, não conseguem andar mais rápido do que uma galinha. A velocidade média de um carro em São Paulo na hora do Rush é a mesma que uma galinha consegue atingir correndo, 15km/h. Imaginem uma situação, você sai de casa de carro e uma galinha sai correndo junto, por incrível que pareça, a galinha vai chegar junto com você no seu destino.


Hoje não me vejo mais usando outro meio de transporte em São Paulo que não seja a bicicleta. Há pouco mais de 1 mês tive que vir de carro para o trabalho, e lembrei porque todo dia, mesmo cansado, com frio, chuva ou seja lá qual for a desculpa que o nosso corpo encontra de manhã para nos dizer para voltar a cama, eu pedalo. Levei nesse dia mais de 3,5 horas no trânsito para ir e vir do trabalho, e não tinha acontecido nada de especial, nem chovendo estava, era apenas excesso de veículos. Geralmente levo 80 minutos de bicicleta no mesmo trajeto, 40 minutos na ida e 40 na volta, para percorrer 40 kms, 20 na ida e 20 na volta. Façam
as contas e comparem!


O mais incrível nisso tudo é que vejo que quem para e olha para um caminho diferente e escolhe não acompanhar o rebanho, vira um ET, principalmente no Brasil. Meus vizinhos me olham descendo o elevador do meu prédio de bicicleta todo paramentado e comentam, que coragem andar de bicicleta nesse trânsito, eu geralmente respondo dizendo que eu é que admiro quem tem coragem de andar de carro nesse trânsito. Nós que escolhemos não andar de carro, por opção, somos alienígenas, estamos loucos, somos alternativos.


Não quero convencer ninguém a trocar o carro pela bicicleta, mas quero que as pessoas parem e reflitam com a seguinte pergunta: o carro realmente é a melhor opção que tenho para me locomover na cidade!?


Desde criança sempre ouvi que deveríamos ouvir os mais velhos, porque eles têm mais experiência e já viveram e erraram. Eu olho para as grandes cidades européias, que são muito mais “experientes” que a nossa moderna São Paulo e vejo que eles estão nos dizendo, deixem o carro de lado, invistam em transportes de massa e alternativos, principalmente a bicicleta, e me pergunto, não deveríamos ouvir os mais velhos neste caso!?


Como a Renata Falzoni disse na entrevista que ela deu aqui no blog, muito já foi feito pela bike no Brasil, mas há ainda muito mais o que fazer. Não podemos nos deixar se acomodar apenas por ter uma medíocre quantidade de ciclofaixa de lazer aos domingos e feriados, e nem aceitar a ridícula quantidade de ciclovias que não conectam a lugar algum. Devemos sim fazer o uso dessa estrutura, seja para o lazer ou transporte, mas também devemos pedir mais, e além de tudo mostrar que a bicicleta não é apenas uma solução para o transporte, mas para a saúde, meio ambiente, economia enfim, para uma vida melhor. Digo isso não apenas porque sou apaixonado pela bike, mas porque vivi essa mudança, e acho que todos podem viver melhor,
é o que desejo, uma cidade mais feliz, mais humana, mais limpa, mais divertida. São Paulo não é uma cidade feita para as pessoas, mas uma cidade feita para os motoristas, mas agora nem eles se divertem mais andando de carro em São Paulo. Só espero poder viver para ver um pelo menos um pouco disso acontecer.

Kung Fu Panda 2


Sequências são sempre duvidosas... Quando nos deparamos com o segundo filme sempre paira a duvida no ar... Será que será tão bom quanto o primeiro? Qual será o gancho da continuacão, o que vao inventar desta vez?
Eu adorei o primeiro... De fato acho um dos melhores filmes da Dreamworks; Panda, Kung Fu, China Antiga.... Não tinha como ser ruim (bem... ate tinha ne, mas não foi).
A ideia de personificar cada um dos estilos de King Fu nos 5 furiosos e demais, não?
Bom... Ontem assisti a  Kung Fu Panda 2. E adivinhem... Tão bom quanto o primeiro. Roteiro redondinho, muita ação, lutas emocionantes e como não podia ser diferente com um sujjeito como o Jack Black dublando o Panda Dragão Guerreiro, engraçadissimo.
Nesta continuação, Po tem que salvar a China e o futuro do Kung Fu de um novo vilão, ainda mais perverso que o primeiro. E, em meio a isto ele se da conta de que de fato não poderia ser filho de um Ganso e descobre o grande segredo: ele e adotado.
Com isto, passa a enfrentar uma crise existencial e tenta achar respostas sobre a sua origem, quem sou eu, da onde vim... Aquela coisa. E para  isso, para lidar com todas as suas duvidas, achar respostas e ainda vencer o vilao e salvar o mundo do Pavão maligno, o único caminho e a lição  mais antiga do Kung Fu. Po, o Panda atrapalhado, ansioso e deslumbrado com ele mesmo, precisa encontrar a Paz interior.
Como eu disse, o roteiro e muuuuuito bem articulado e ainda as cenas de luta são maravilhosamente coreografadas. Aquele bale presente nas lutas de Kung Fu, principalmente nas cenas em que envolve o Pavao, com o seu rabo, penas voando, ritmo, beleza e tudo o mais...
E ainda... um 3D muito, muito bem elaborado. Adoro quando a técnica acrescenta de fato a um filme e não esta la só como desculpa ou por obrigação.
Vale o ingresso, assistam!






27.5.11

Meaghan Smith

Problemas para estacionar?



Reinventando o Futuro

*Por Thiago Foresti, em participação especial






A ideia do 10porhora surgiu durante alguma viagem de bike minha e do Julião pelo Mato Grosso no ano de 2009. Não lembro se foi Barão de Melgaço, Cáceres ou Poconé. Também não foi algo que surgiu subitamente, foi uma ideia que foi chegando aos poucos, sendo construída e moldada a dez por hora.

O que lembro nesse período é que nossa amizade era recente. Tínhamos recém chegados em Cuiabá, eu vindo de São Paulo e Julião de Minas Gerais. Conhecemo-nos num albergue da cidade, descobrimos o pedal e outras coisas como afinidade, fizemos viagens e nos adaptamos ao calor do estado que acabava de nos adotar.

No começo o mineiro costumava estranhar o fato de eu ficar o tempo todo filmando e batendo foto durante nossas pedaladas. Na época trabalhava numa TV local de Cuiabá e passava boa parte do meu tempo pensando em trabalho. Já Julião nunca foi muito afeito a tecnologias, fotos, vídeos ou qualquer coisa que tivesse botões. Pra se ter uma ideia, bem antes de nos conhecermos ele havia viajado durante seis meses de bike por todo litoral do nordeste e como recordação voltou apenas com um daqueles álbinhos de fotos com 24 poses. O caboclo nunca teve Orkut, Facebook ou coisas do gênero. Pra ele a foto, o vídeo, o souvenir, tudo isso é apenas um detalhe. Gostava de colecionar histórias que ficavam todas guardadas na cachola, um registro subjetivo, que podia esticar e contrair de acordo com a situação; após anos de amizade conheço todos causos de Julião nas suas mais variadas versões.

Com o tempo ele passou a dar mais valor para fotos e vídeos, viu que isso podia ajudar e muito na sua profissão: a de educador.

Julião, de certa forma, também subestimava um pouco a internet. Quase cometia o erro de colocá-la no mesmo patamar da televisão e da mídia convencional (seus maiores inimigos declarados). Quando assistia um noticiário ou programa de TV passava noventa porcento do tempo xingando e dizendo que era mentira. “Quem esses fio da puta querem enganar?”, os outros dez porcento brigava com os botões do controle remoto.  Depois de um tempo abraçou a anarquia da rede mundial e achou um lugar pra ela dentro de sua teoria otimista de mudança de paradigma global. Hoje ele vê muito pouco TV - mas um dos seus passatempos preferidos ainda é xingar o William Bonner.

E por falar em mudança de paradigma, é nesse ponto que fecha a equação do 10porhora. Posso ter contribuído para que ele percebesse a importância da internet e da comunicação visual na nossa sociedade. Mas em contrapartida o otimismo todo defendido por ele com embasamento teórico e prático mudou meu paradigma de futuro. Foram meses de conversa nos bares e espetinhos de Mato Grosso, com questionamento, discussões, embates, reflexões. E então, de repente, eu que vagava por aí descrente na humanidade como um lobo da estepe, achando que o fim era iminente, passei a botar mais fé nesse tal de “futuro”.

Julião diz que precisamos reinventar o amanhã. De fato ele estava certo. Todas as referências que eu tinha do nosso destino como humanidade até meus 15 anos vinham de filmes como “Blade Runner”, “Quinto Elemento”, “Jetsons”, “Exterminador do Futuro”, um futuro com carros voadores, prédios gigantes, abundancia de energia. Mal podia esperar para ter um robô particular ou uma casa que funcionasse por comando de voz.

Mas então a humanidade se deparou com a insustentável desse padrão de desenvolvimento prometido para o futuro e nós passamos a nos deparar com filmes catástrofes como o “Fim dos dias”, “Armagedom”, “2012”, “Independence Day”... afinal, se escolhemos o caminho errado, então é melhor acabar com tudo de uma vez.

Enfim, precisamos de uma nova referência. Queríamos pensar diferente, num futuro mais desacelerado, sustentável, equilibrado. E foi aí que surgiu a ideia do 10porhora... Onde a bike ocupa um lugar de destaque. Ao contrário dos carros voadores, esse é nosso veículo do futuro.


*Thiago Foresti e Jornalista e um dos integrantes do blog 10 por hora. Ja participou também de um 3 por 4 aqui em casa, nesta semana especial de bike.

26.5.11

Cada um na sua

Estas ilustrações maravilhosas e bem humoradas sao do ilustrador e apaixonado por bike Mike Joos. Ate o Darth Vader tem uma, e voce? Nao esta na hora de repensar o seu meio de transporte?












Hora do Rush





Eu bicicleto São Paulo

*Por V. Calvento, em participação especial



Sábado tranquilo , poucas horas depois de o sol dar a cara, dois amigos já me esperam a alguns quarteirões de casa. Pedalo por ruas vazias de gente, mas cheias de inspriração. Os carros rareiam, mas já afrontam a sutileza do vôo de alguns pardais que disputam restos no chão da praça. Paro um pouco para arrumar a garrafa de água que não pára de pular no engradado que carrego no bagageiro da minha bicicleta e sigo olhando pro meus pés girando. Fico pensando por um instante que daqui a pouco essas ruas estarão lotadas de gente apressada, buzinas e o barulho ensurdecedor do egoísmo que carregamos com a gente o tempo todo.

Um abraço forte, um aperto de mão e um beijo, estamos prontos para pedalar até o parque do Tietê. Os pedais começam a girar e as conversas surgem. O tempo todo observamos a cidade que nos cerca: os buracos que precisamos desviar, as tampas de bueiro mal encaixadas, grades depredadas em volta das árvores que seguem um critério muito estranho de plantio, as frestas debaixo da ponte que lançam os raios de sol com toda sua intensidade contra nossos olhos. Andamos pela Marginal Tietê onde alguns motoristas insistem em tirar finas mesmo com a via completamente vazia para o tráfego, penso nas frustrações que um motorista desse tipo carrega consigo, e imagino como ele se sentiria andando com a gente naquele momento.

Entramos nos limites do Parque e lembro de uma foto que vi de uma ciclovia em Londres onde o asfalto é pintado de azul e não vermelho como as ciclovias daqui. - Pintar de vermelho chama mais a atenção, aparece melhor na foto do helicóptero, rs. Talvez meu amigo tenha razão, ou seja só mais uma norma que enfeia a cidade ao invés de torná-la mais agradável, imagino que andando no azul me sentiria pedalando sobre as águas, como a maioria dos córregos que foram tapados para dar lugar ao asfalto que impermeabilizou e segregou minha cidade.

Pedalamos por alguns instantes ao lado das margens do rio Tietê e próximos de algumas casas na periferia da Zona Leste. Não existe contraste em nada, as casas foram feitas exatamente para integrarem-se ao rio, foi o jeito que algumas pessoas encontraram de viver com um mínimo de dignidade por aqui. Fecho os olhos, coço o olho e lembro das ciclofaixas de lazer que ligam os Parques cheirosos de São Paulo entrecortando casas que parecem feitas para agredir o passante, tamanha sua imponência, tamanha sua arrogância, aí sim eu sinto o contraste, aí sim me sinto constrangido.

Vejo as obras que seguem nessa ciclovia que está sendo construída como compensação ambiental pelo estrago que um político qualquer de São Paulo fez na Marginal Tietê. Lembro de acompanhar as obras e conversar com os homens que derrubavam árvores com décadas de vida para dar espaço a mais algumas pistas de rolamento, garantia de apoio e super faturamento comentamos entre amigos.

Dois garotos passam empinando suas bicicletas e fazendo piada das bananas que carregava no engradado, paramos para conversar e instantes depois nós cinco seguimos juntos voltando para o início da ciclovia, os papos são sobre futebol e um cachorro que quase caiu dentro do córrego fugindo de uma patrulha da polícia ambiental que passava por lá. Eles param para jogar bola no rachão e ficamos ali comentando sobre a habilidade de um deles: - O moleque tem malemolência mano! Um assovio alto, um aceno com a mão e nos despedimos para voltarmos para casa. Paramos em um posto e algumas mentiras, promessas e contradições depois, volto pra casa com a sensação de estar vivo de verdade.


*O V. Calvento e designer, Ilustrador, cicloativista e muito gente fina. Escreve no Igual Voce e ja participou aqui do blog algumas vezes com alguns trabalhos publicados, mas principalmente no La em Casa e nesta semana especial com alguns posters lindissimos. E este aqui e o seu portifolio.

Foto de Quinta



"Viver e como andar de bicicleta. E preciso estar em constante movimento para se estar em equilíbrio."
Albert Einstein

25.5.11

Bike about town

achei uma graca este video campanha....

Thiago Foresti em 3 por 4

Hoje em 3 por 4, Thiago Foresti. Fotografo, jornalista e cicloativista. De bike diariamente e em viagens aos finais de semana,  Thiago conhece bem o dia a dia de um ciclista e mostra aqui em alguns cliques um pouco desta realidade. Escreve no 10 por Hora e também no O Rolo Compressor.








We Dream About Bike


Planet Bike from Planet Bike on Vimeo.

Adams Carvalho, Draw your bike












Ilustrações lindíssimas de Adams Carvalho. Confira mais do seu trabalho no ffffixas.

Ciclovia, ciclofaixa, ciclo-rota e espaço compartilhado

*Por Willian Cruz, do Va de Bike, em participação especial



Ciclovia em Sevilha, isolada por pequenos postes de metal. Foto: Sevilla Cycle Chic


Muito tem se falado sobre ciclovia, ciclofaixa, ciclo-rota… Mas qual a diferença?

Ciclovia
É um espaço segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que há uma separação física isolando os ciclistas dos demais veículos. A maioria das ciclovias de orla de praia são exemplos de vias segregadas.

Essa separação pode ser através de mureta, meio fio, grade, blocos de concreto e até cones. Sim, isso significa que as Ciclofaixas de Lazer, montadas aos domingos em várias cidades, são tecnicamente ciclovia temporárias, já que há separação física (cones e cavaletes) separando as bicicletas dos carros.

Ciclofaixa

É quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física. Pode haver “olhos de gato” ou no máximo os tachões do tipo “tartaruga”, como os que separam as faixas de ônibus.

Dada essa definição, a ciclovia do Parque do Ibirapuera é tecnicamente uma ciclofaixa, já que não há separação física entre o espaço reservado às bicicletas e o resto da via, mesmo que nela não circulem carros.


Por estranho que possa parecer, a ciclovia do Parque do Ibirapuera pode ser considerada uma ciclofaixa. Foto: Willian Cruz

Ciclo-rota

De uso mais recente, esse termo significa um caminho, sinalizado ou não, que represente a rota recomendada oficialmente para o ciclista chegar onde deseja. Representa efetivamente um trajeto, não uma faixa da via ou um trecho segregado, embora parte ou toda a rota possa passar por ciclofaixas e ciclovias.

Está em andamento na cidade de São Paulo um mapeamento de rotas para ciclistas. Recomendo a leitura desse artigo para compreender melhor o tema.


Espaço compartilhado
Essa é a grande luta dos cicloativistas hoje. Pela lei, quando não houver ciclovia ou ciclofaixa a via deve ser compartilhada (art. 58 do Código de Trânsito). Ou seja, bicicletas e carros podem e devem ocupar o mesmo espaço viário. Os veículos maiores devem prezar pela segurança dos menores (art. 29 § 2º), respeitando sua presença na via, seu direito de utilizá-la e a distância mínima de 1,5m ao ultrapassar as bicicletas (art. 201), diminuindo a velocidade ao fazer a ultrapassagem (art. 220 item XIII).

Mesmo tudo isso estando na lei, muitas pessoas ainda acreditam que a bicicleta nãotem direito de utilizar a rua. E são essas pessoas que colocam o ciclista em risco, passando perto demais, buzinando e até mesmo prensando o ciclista contra a calçada.

Fazer entender que a rua é de todos, que o espaço público deve ser compartilhado, que as bicicletas também transportam pessoas que têm família, amigos, filhos, amores, é hoje muito mais importante que exigir ciclovias aqui e ali, que só serão úteis dentro de um plano cicloviário completo e integrado abrangendo toda a cidade, contemplando ciclovias, ciclofaixas, espaços compartilhados com carros ou com pedestres e ciclo-rotas sinalizadas.

O que mais precisamos é respeito.




Ciclista compartilhando a via na Av. Paulista. Foto: Mathias



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