20.12.10

Conversas com Woody Allen

ABRIL DE 2005

De modo geral, como voce decide se vai filmar em preto-e-branco ou em cores?
Manhattan foi sempre concebido em preto-e-branco, assim como Celebridades e Broadway Danny Rose. Cada filme que fiz assim, eu via em preto-e-branco. Engraçado como valorizam essa bobagem. As pessoas me param na rua e perguntam:
"Quando vai fazer o seu proximo filme?"
Eu digo: "Em junho".
E elas perguntam (ansioso): "Preto-e-branco? Cor?".
Supervalorizam isso ai. Para mim não importa se um filme e em preto-e-branco ou em cores. Centenas de filmes que agente adora na vida são em preto-e-branco, centenas são coloridos. E o tipo de estética que voce usa para contar a sua historia. Se voce e dos que acham que filme em preto-e-branco são um tanto inferiores, não se de ao trabalho de assistir a Cidadão Kane, ou Ladroes de Bicicleta, ou A Grande Ilusão, nem a nenhum dos primeiros filmes de Bergman, ou O tesouro de Sierra Madre, ou Reliquea Macabra, ou Pacto de sangue. Existe uma grande beleza na fotografia em preto-e-branco. Existe uma grande beleza na fotografia em cor.
Trecho do ótimo livro CONVERSAS COM WOODY ALLEN de Eric Lax, que é realmente muito bom. É bem grande (quase 500 páginas) e tem inúmeras entrevistas que o cineasta concedeu a Eric Lax desde 1971 até os dias de hoje. Praticamente uma bíblia alleniana que remonta toda a tragetória deste gênio das telonas.

By the way, concordo em gênero, número e grau em tudo o que ele disse. Parafraseando um de seus últimos filmes, P&B ou cor, "whatever works".



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