21.2.11

Palácio de Memórias

* por Heloisa A. Collins




Amor, perdão, drama e família andam de mãos dadas em "The Memory Palace".
O livro é o memoir da vida de Mira Bartók, que conta como foi crescer ao lado de sua mãe esquizofrênica. E não foi fácil.

Mira inicia o livro contando como foi receber uma ligação dizendo que sua mãe estava morrendo e revê-la depois de 17 anos de distanciamento. 17 anos nos quais Mira teve que trocar de nome, endereço e somente se corresponder com a mãe via número de caixa postal. Mãe que nesses 17 anos virou mendiga e dormia em abrigos, aeroportos, rodoviárias e motéis baratos.
Mãe que achava que os Nazistas tiraram o seu útero e fariam o mesmo com as filhas; que achava que os alienígenas iriam abduzí-la; que gritava com as filhas no ônibus perguntando se elas tinham esperma escorrendo no meio das pernas.

Um caos genralizado - essa era a vida de Mira. Depois de sofrer um acidente de carro que a rendeu danos de memória, Mira busca numa tática do século 16 uma maneira de poder manter memórias vivas em seu cérebro. A tática constitui-se em imaginar um palácio e em cada cômodo você coloca uma imagem que representa algum momento, algum lugar, algum acontecimento; essa imagem vai então se conectar a tudo que a mesma invoca num todo.
É impossível segurar as lágrimas e não criar afeto terno por Mira e sua mãe mentalmente doente.
Muitas partes durante a leitura você se pega envolvido nesse caos, imaginando "Como alguém consegue viver com uma pessoa tão doente?".

The Memory Palace, além de caótico, é uma prova infinita de amor. Mesmo quase tendo sua garganta cortada pela mãe em uma de suas crises esquizofrênicas, Mira sempre a amou e perdoou. O quão longe o perdão pode ir e ainda assim ser legítimo?

O livro ainda não tem tradução para o português (o livro foi lançado por aqui dia 11/01/2011) mas se você for proficiente na língua inglesa, eu recomendo a leitura.
Com críticas aclamadas por todos os jornais, incluindo o The New York Times, The Memory Palace está disponível na Amazon para quem não quiser resistir.

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