22.1.11

Biutiful


Biutiful é mais que lindo. Cruel, mostrando a verdade nua e crua, Inarrutu mais uma vez dirigiu um filme onde a vida real é exposta de uma forma que muita vezes nao queremos ver.
Em torno de uma historia, tantas outras acontecem. E uma historia sobre um homem tentando aceitar sua morte, um homem tentando criar seus filhos da melhor maneira possível as voltas com a ex mulher sem nenhuma"habilidade" materna e que para piorar é completamente viciada, perdida, bipolar. Um homem que agencia trabalhadores ilegais, africanos e chineses mas mesmo assim tenta ser apenas um homem bom.
Todas as historias permeiam a vida de Uxbal (Javier Bardem), diferentes aspectos da vida da mesma pessoa contadas em dias subsequentes num curto período de tempo entre a descoberta de um câncer até a sua morte por final.
Assim como em seus outros filmes a luz e quase um personagem. Em Biutiful, uma luz dura como a própria realidade nos transporta para a historia, uma luz tão real que sentimos todas as texturas e temperaturas da trama e dos personagens. Uma sujeira visual presente o tempo todo numa Barcelona nuca mostrada no cinema. E aquela beleza no feio, no sujo, no trágico e no cotidiano.
Sai extasiada do cinema ontem a noite e se Javier e Alejandro ja tinham uma enorme credibilidade para mim, ontem eles confirmaram seu brilhantismo.
Este é um filme de um personagem so, os demais são meros figurantes e para tanto o diretor precisava de um ator de um grande calibre e foi muito feliz com a atuação de Bardem. É o tipico filme que se não tem um ator como este, ele se perde e muito. Tanto que Bardem ja ganhou o leao de Cannes com este filme em 2010.
Falado em espanhol, este e o primeiro filme do diretor mexicano Alejandro Gonzales Inarritu sem o roteirista Arriaga que assinou os roteiros de todos os seus filmes anteriores: Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. Entretanto, Inarritu arrasa também como roteirista. A velha característica marcante de seus outros filmes cujas historias diferentes de entrelaçam no roteiro, desta vez sera feita de uma forma mais sutil, mesmo que ainda presente com a diferença de que agora temos um único personagem permeando-as.
Este e um filme que vai deixar o espectador no mínimo desconfortável e mesmo assim maravilhado. Se voce nao gosta de se sentir incomodado, nao veja.

Um comentário:

  1. Sim, o filme é muito bom, bem feito, e sensível. Só acho que a angústia que expõe acaba sendo longa demais. Mas, é muito bom ver Javier Barden novamente em um grande papel.

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