24.6.11

Midnight in Paris


A mensagem principal do filme é de que a nostalgia é uma fuga do presente e que sempre existiu esta idealização do passado. E comum as pessoas acharem que a época de ouro era no passado....  Que naquele tempo sim as coisas eram melhores, os jovens não eram vazios e a cultura era de fato rica, e bla, bla bla... Ouvimos isso sempre e repetimos isto também.

Gil, o personagem principal idealiza a Paris da década de vinte (assim como, eu já já trataremos disto) e se depara com Adriana que vive na Paris da decada de 20 idealizada por ele, mas ela acha que a Belle Epoque era a tal. Eis que ambos encontram com Degas, Gauguin e Toulousse Lautrec em pleno Moulin Rouge no ápice da Belle Epoque e eis que se deparam com eles reclamando e vangloriando o passado.
Com estas viagens no tempo Allen quer deixar claro esta mensagem que a vida e chata e difícil em qualquer época e que nos precisamos nos encontrar no nosso presente...

Wilson perplexo xom o que esta acontecendo ao lado de Zelda Fitzgerald, sua anfitriã logo na primeira noite.
Mas esta mensagem e um pouco boring e não convence, principalmente diante de um Paris tao encantadora e convidativa, em plena década de 20, idealizada por Gil, por mim e por tantos outros, em meio aos maiores nomes das artes que ja existiram que Allem mostra na tela.

Ele pinta um Paris perfeita, divertida da forma como o personagem sempre idealizou e por fim quer nos convencer de que o presente e melhor? Com aquela trilha sonora divina e envolvente? Com tantas e tantas coisas nos seduzindo e nos convencendo de que o sonho de Gil é de fato o melhor lugar do mundo. nao, nao mr. Woody. Voce não convence ninguém com este texto, muito menos depois de nos fazer delirar com a Paris das suas telas, com as cenas maravilhosas que filmou, com todos os heróis que mostrou e com essa musica..... Paris na década de 20 e sim o melhor lugar do mundo.

Me fala, em que lugar e época tantas pessoas ilustres se juntaram em tao poucos metros quadrados? Não houve. A Belle Epoque foi um começo, um esboço do que estava por vir, mas só na década de 20 que Paris conseguiu reunir em poucos metros quadrados, em festas invejáveis nomes como Man Ray, Duchamp, Picasso, Bunel, Dali, Porter, Mark Twain, Matisse, Mondiglini, Satre, Beauvoir, Chanel, Cocteau, Hemingway, Fitzgerald, Gertrude Stain e muito, muito, muito mais... Estes são apenas poucos nomes que consigo me lembrar de pronto, mas ninguém pode negar o valor histórico, artístico e produtivo que teve este lugar no entre guerras. Foi um período de ouro, único e dificilmente acontecera novamente.

E Allen junta quase todos este nomes no seu filme. Seu personagem viaja no tempo num realismo fantástico que Allen nos remete, assim como fez em Rosa Purpura do Cairo, e o qual sabe fazer com maestria. Vemos Picasso com problemas conjugais, Hemingway com inveja, um Dali sarcástico e engraçadíssimo e tantas outras coisa corriqueiras pelas quais raramente pensamos ver estes "heróis" envolvidos.

Salvador Dali, numa das melhores cenas do filme.
E os pontos de comedia ficam com as caras perplexas e as reações de Owen Wilson quando se depara de fato que esta batendo um papo informal com um de seus ídolos, sem deixar de mencionar a conversa com os os surrealistas (Adrien Brody como Dali esta impagável) que de fato e a parte mais fantástica da trama, como não poderia deixar de ser.

E e por estas e por outras de que Woody Allen não convence quando tenta passar a mensagem de que e melhor vivermos no presente por mais chatinho que ele seja. Ele nos mostra a cidade tudo de bom e depois fala que talvez hoje em dia quem sabe possamos nos encaixar...

Hum... Não. Eu concordo com Gil, Paris na década de 20 era o melhor lugar do mundo para se estar e gostaria sim de viver nesta época. Vira e mexe tenho essa sensação, principalmente quando leio algum livro da época ou ate quando leio romance (principalmente nestes momentos) ambientados neste espaço e lugar tao idealizado e vangloriado.

O filme e de tirar o folego. E um filmaço! E vou arriscar a dizer que e um dos melhores da carreira do cineasta. Ele filmou Paris como o mesmo amor que filmou Nova Iorque em Manhattan e definitivamente com muito brilho e poesia. E as primeiras cenas do filme, antes dos créditos e com aquela trilha e uma verdadeira declaração de amor a Paris.



Owen Wilson esta simplesmente brilhante, melhor que o próprio Woddy Allen estaria interpretando seu alter ego. Ele conseguiu absorver o personagem de Allen e ainda impor um charme só seu e sem se apoiar na neurose muito mais característica do que real dos personagens do cineasta. Os demais personagens do núcleo "real" caem em esquecimento e nem merecem ser mencionados tamanha e a grandeza do resto da trama. E um filme onde Wilson contracena com Paris e a historia e permeada por seus ídolos do passado. Vale a pena ressaltar a importância do personagem de Marilon Cottilard, sua beleza, graça e perfeição. Tanto do seu personagem quando da atriz que também esta sensacional e lindíssima.

Tudo acontece de forma muito, muito natural, num roteiro maduro e impecável, embalados como de costume por uma trilha que sempre cai como uma luva.

So tenho uma coisa a mais a dizer, let's do it, let's fall in Love.


Indo de uma festa a outra, na melhor companhia possível.



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